O aumento dos registros de marcas no Brasil e o impacto das redes sociais

O aumento dos registros de marcas no Brasil e o impacto das redes sociais



Nos últimos anos, o Brasil tem vivido um crescimento impressionante no número de registros de marcas. Esse movimento ganhou força especialmente após o surgimento e a popularização das redes sociais, que aproximaram as marcas dos consumidores e transformaram a forma como empresas e empreendedores se conectam com o público em todo o país.

De acordo com dados do Instituto Nacional da PropriedadeIndustrial (INPI), o número de pedidos de registro de marca mais que dobrou em seis anos. Em 2018, foram pouco mais de 200 mil solicitações; já em 2024, o número ultrapassou 440 mil pedidos, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Essa escalada mostra como o brasileiro está mais consciente sobre a importância de proteger a própria identidade comercial.


A influência das redes sociais

As redes sociais mudaram radicalmente a dinâmica das marcas. Plataformas como Instagram, TikTok, Facebook e YouTube se tornaram vitrines acessíveis para qualquer pessoa empreender. Um pequeno negócio local, uma loja online ou até mesmo um criador de conteúdo pode alcançar milhões de pessoas com um único post — e é justamente essa visibilidade que despertou a corrida pelo registro de marca.

Empreendedores entenderam que, na era digital, a marca é o principal ativo de um negócio. Ela representa reputação, confiança e diferenciação. E, quanto maior a exposição, maior o risco de cópias e usos indevidos. Assim, o registro passou a ser visto não apenas como uma formalidade, mas como um escudo de proteção e um símbolo de autoridade.


Marcas mais próximas dos consumidores

Antes da era digital, as marcas dependiam de grandes campanhas publicitárias e altos investimentos para alcançar o público. Hoje, a comunicação é direta, espontânea e emocional. As marcas conversam com seus consumidores diariamente, respondem comentários, criam comunidades e influenciam estilos de vida.

Essa proximidade gerou uma nova forma de relacionamento: marcas humanas, autênticas e com propósito. E quanto mais forte o vínculo emocional com o público, maior a necessidade de proteger essa identidade. O registro de marca garante exclusividade e evita que terceiros se aproveitem de um nome já consolidado.


Crescimento impulsionado pelos pequenos negócios

Outro fator decisivo para o aumento de registros é o avanço do empreendedorismo digital. Segundo o Sebrae, mais de 50% dos pedidos de marca no INPI vêm de micro e pequenas empresas, incluindo MEIs. O baixo custo de entrada no mercado digital permitiu que milhões de brasileiros criassem suas próprias marcas — e, junto com elas, surgiu a consciência sobre a importância da proteção legal.

Essa democratização do empreendedorismo fez com que o registro de marca deixasse de ser privilégio de grandes corporações e se tornasse uma etapa essencial para qualquer negócio que queira crescer com segurança.


Um novo cenário de valorização da propriedade intelectual

Com o aumento da concorrência e a velocidade das transformações digitais, proteger uma marca tornou-se questão de sobrevivência. O registro no INPI garante o direito exclusivo de uso em todo o território nacional, além de agregar valor à empresa e possibilitar expansão para outros mercados.

O Brasil vive hoje uma fase de amadurecimento em relação à propriedade intelectual. O número crescente de registros mostra que o empreendedor brasileiro está mais atento, mais estratégico e mais preparado para competir em um mercado globalizado.

 

Conclusão

As redes sociais transformaram o jeito de fazer negócios e deram às marcas uma nova dimensão de poder e influência. Ao mesmo tempo, ampliaram o risco de plágio, cópias e disputas de identidade.

Por isso, registrar uma marca deixou de ser um detalhe burocrático — é um passo indispensável para proteger reputação, credibilidade e futuro. Em um país cada vez mais conectado e criativo, o registro de marca se tornou o passaporte para que ideias se tornem negócios duradouros.



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