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Como fazer o Feedback funcionar de verdade?
Porque Líderes ainda tem a percepção de que não adianta dar feedback?
Uma das
últimas revistas que comprei em banca, há um bom tempo, foi a Harvard Business
Review. O título da capa era provocativo: “A Falácia do Feedback”.
Pensei: “Como assim falácia? Logo eu, que acredito profundamente nessa
ferramenta?”
Comprei a
revista imediatamente e, ao longo das oito páginas da matéria, compreendi algo
essencial: não é o feedback em si que falha — é a forma como o aplicamos.
Essa leitura me marcou tanto que ainda guardo a revista digitalizada nos meus
arquivos, e desde então venho ensinando líderes a transformar o feedback em
algo realmente transformador.
Baseada
na neurociência e em minha experiência em desenvolvimento de líderes, elaborei
algumas premissas práticas para que o feedback funcione — de verdade.
1. Saia da posição de julgamento
A
primeira mudança é de mentalidade.
O papel do líder não é o de juiz, mas o de facilitador do desenvolvimento.
Quando você assume que sua percepção é a única verdade, desconsidera o filtro
através do qual interpreta os fatos: seu modelo mental, suas crenças e
vieses cognitivos.
A
neurociência mostra que o cérebro humano reage a críticas como se estivesse sob
ameaça física — o chamado “efeito amígdala”. Essa reação ativa o sistema
de defesa e bloqueia a escuta.
Ou seja: quanto mais julgador o feedback, menor a chance de aprendizado
real.
Troque
“você está errado” por “o que você acha que poderia ser diferente aqui?”.
Isso tira a pessoa do modo defensivo e a convida à autorreflexão.
2. Dê tempo para o colaborador assimilar
Feedback
é um processo, não um evento.
Esperar que o colaborador mude imediatamente após a conversa é ignorar o tempo
de digestão emocional necessário para elaborar a informação recebida.
Estudos
da Harvard Business School mostram que 70% das pessoas se sentem
ansiosas ou ameaçadas ao receber feedback, e apenas 17% afirmam
conseguir aplicar de imediato as orientações recebidas.
Por isso,
após o feedback, respeite o silêncio e o tempo da assimilação.
A compreensão virá quando o cérebro voltar ao estado racional, e é nesse
momento que o aprendizado se consolida.
3. Faça do feedback uma conversa, não um monólogo
Feedback
não é discurso, é diálogo.
A verdadeira potência surge quando se transforma a conversa em uma troca de
percepções e perspectivas, onde o protagonista é o colaborador.
Uma
pesquisa da Gallup (2022) mostrou que funcionários que participam
ativamente de conversas de feedback têm 3,5 vezes mais engajamento e 2,9 vezes
mais probabilidade de permanecer na empresa.
Lembre-se:
a conversa é sobre a carreira e o crescimento dele, e não sobre a
autoridade do líder.
Deixe claro que seu papel é apoiar, não punir.
4. Ouça com genuíno interesse
Ouvir é
mais poderoso do que falar.
Escute as dores, dúvidas e conquistas. Pergunte:
“Como
você se sentiu nessa situação?”
“O que você acha que funcionou bem e o que poderia ser diferente?”
A escuta
ativa amplia a autoconsciência do colaborador e o ajuda a identificar seus
próprios pontos cegos — algo que nem sempre é possível sozinho.
Pesquisas em neurociência apontam que quando alguém se sente ouvido, o
cérebro libera ocitocina, hormônio ligado à confiança e abertura. É nesse
estado que o aprendizado acontece.
5. O plano de desenvolvimento é do colaborador
Um erro
comum é o líder entregar uma lista de pontos de melhoria e chamar isso de
“plano de desenvolvimento”.
Mas o desenvolvimento não é imposto, ele é construído em parceria.
Pergunte:
“O que
você acredita que precisa desenvolver para alcançar seus objetivos?”
“Como posso te apoiar nesse caminho?”
A partir
daí, conecte os pontos individuais com as necessidades da área e da empresa.
Segundo a McKinsey (2023), colaboradores que têm voz ativa em seus
planos de desenvolvimento demonstram 4 vezes mais evolução de performance em 6
meses.
O impacto do feedback bem aplicado
Nos
treinamentos e processos de coaching que conduzo, dedico um tempo expressivo
para ensinar líderes a dar e receber feedback de forma consciente.
E o resultado é consistente: aumento de engajamento, fortalecimento da
confiança e melhoria real no desempenho.
Feedback
não é sobre corrigir o outro.
É sobre ajudar o outro a enxergar seu potencial e agir sobre ele.
Quando
isso acontece, o feedback deixa de ser um momento temido e passa a ser um presente
de crescimento mútuo — para o colaborador, para o líder e para toda a
cultura da empresa.
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Sou Alessandra Gasparini, neurocientista, coach e leader training. Especialista no desenvolvimento de Líderes.


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